Gaspacho alentejano

Quando era criança, lá em casa nos dias de calor do verão Algarvio, era muito habitual haver gaspacho alentejano antes de uma sessão de sardinhas ou de outros grelhados no carvão que, muitas vezes eram comidos na rua, à sombra de uma amendoeira que ficava colada à casa.

Havia quem preferisse o andaluz mas, para mim, nada batia o gaspacho alentejano. Ainda hoje, quando posso, é o que eu como (apesar de gostar muito do gaspacho andaluz, com a vantagem de haver umas versões já prontas que, não sendo o melhor do mundo, se comem, aliás, se bebem, muito bem, com a vantagem de ser só abrir e servir…).

Gaspacho alentejano
450 gr de pão duro (alentejano, claro, nem era preciso dizer, pois não?…)
6 dentes de alho
6 colheres de sopa de azeite
6 colheres de sopa de vinagre de vinho branco
1 pepino
4 tomates maduros
2 pimentos verdes
Oregãos secos e sal q.b.

Pisem os dentes de alho juntamente com sal num almofariz, até os reduzir a papa.
Passem uma terrina/tigela de barro ou de faiança por água gelada e coloquem nela os alhos pisados, os oregãos, 2 dos tomates reduzidos a puré, os outros dois cortados em pequenos cubos, bem como o pepino e os pimentos cortados igualmente em cubos.
Temperem com o azeito e com o vinagre, reguem com 3 litros de água gelada e, quando forem servir, coloquem o pão cortado aos quadradinhos. Depois de colocarem o pão, sirvam logo para que o mesmo apareça na mesa ainda rijo.

Há quem coloque pedacinhos de presunto, de chouriço, quem sirva o gaspacho como acompanhamento para peixe frito ou grelhado… É o que o sabor e a vontade o pedirem. O mais importante é saborear estes sabores típicos de um povo que sabia transformar o pouco em muito e, com isso, fazer frente ao calor que por lá se faz sentir.

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